quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

6 feira dia de "EU JURO QUE VI"




CARTINHA PARA MADONNA


Querida Madonna
Vi em todos os meios de comunicação que você chegou por aqui, em terras tupiniquins, para ver o nosso famoso Carnaval e continuar seu projeto social.
Qual não foi a minha surpresa ao vê-la numa foto ao lado do governador de SP, José Serra. Assim como soube que da última vez que esteve por aqui se encontrou com o governador ou prefeito do Rio de Janeiro.

Minha querida, não sei o que o Jesus andou contando para você sobre o Brasil, mas imagino que pelo nome que ele tenha não seja do tipo que fala mal dos outros. Como eu não me chamo Maria, resolvi te alertar sobre como as coisas funcionam por aqui para você não desperdiçar munição com as pessoas erradas, até porque acredito nas suas boas intenções em ajudar as crianças deste país.

Em primeiro lugar, não perca seu tempo marcando reuniões com políticos. Eles estão mais interessados em te conhecer pessoalmente, tirar fotos ao seu lado, pedir autógrafo para as netas e matar a curiosidade para saber se você é realmente um mulherão e não tem pé de galinha.
Em segundo lugar, 2010 é ano de eleição neste país e ninguém vai começar um projeto social. Não interessa, aliás nunca interessou, deixar um projeto inacabado caso não sejam reeleitos, até porque o sujeito que entrar no lugar dele irá fechar tudo e começar uma idéia nova para mostrar sua "competência".
Outro risco que você corre é ver suas fotos estampadas nas próximas, insuportáveis e precárias campanhas políticas pelo país. Se você tirar uma foto com uma criancinha no colo então, vai aparecer nas campanhas mais que caixa dois.
Em terceiro lugar, político aqui não dá ponto sem nó, portanto por mais que você faça, banque e corra atrás para que seus objetivos sejam alcançados, eles vão querer levar o mérito. E você vai acabar como aquela super star que apoiou o projeto deles.

E em quarto lugar, e mais grave do que tudo, todos nós sabemos que a sua intenção é plantar uma semente que brote e dê frutos, investindo na educação das crianças abandonadas e carentes para que o futuro de todos seja melhor.
Só que neste país, quando você faz algum tipo de parceria com os políticos, a moeda corrente muda. Ao invés de reais ou dólares, você vai ter que calcular tudo em "arrudas".
E essas arrudas terão que ser distribuídas para muita gente. Todo mundo vai querer a sua mudinha.
Portanto querida, venha fazer sim o que você acha que deve por esse país, mas converse só com empresários sérios, como você fez da outra vez e não conte aos quatro ventos quando dinheiro você já conseguiu arrecadar, porque você corre vários riscos abrindo o jogo dessa maneira. O dinheiro vai sumir assim que o projeto começar e alguns empresários e políticos vão fazer propaganda em causa própria divulgando as quantias doadas. Ou seja, será assaltada como todos nós, reles mortais, somos diariamente nos semáforos, nos impostos, etc.

Sinto muito em te dizer tudo isso, mas se te serve um conselho, curta seu carnaval, rasgue a fantasia, beije Jesus e volte mais tarde para tratar destes assuntos sérios. Agora não é o momento.
Como dizem os homens solteiros convictos quando querem pular fora de um relacionamento: "Você é a mulher certa, mas na hora errada".

Um abraço

Helena Perim

Ps. Você já ouviu falar na D. Marisa Letícia, nossa primeira dama que deveria estar cuidando disso????

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

4ªfeira - Dia de "PROGRAMINHA DE ÍNDIO!"



CARNAVAL EM VENEZA




Bom, já que daqui uma semana começa o Carnaval, vou dar uma dica de um bom programa de índio. Carnaval em Veneza.
Eu sei que todo mundo imagina um mundo de magia, afinal Veneza por si só já e' um lugar incrível. No Carnaval então de ve ser o máximo com pessoas vestindo aquelas fantasias lindas, baile de máscaras e aquele ar de mistério que você viu no cinema. 
Acorda, meu amigo, porque ao vivo e' mais ou menos assim:
Esqueça o sábado, domingo, segunda e terça e fique só com a quarta-feira de cinzas. A animação e' essa. Não tem música nem trio elétrico, mas em compensação a multidão... 
É tanta gente nas ruas que a Praça Castro Alves vai parecer um deserto.
Para você andar da Pizza San Marco até o canal principal, coisa que normalmente você leva 1 minuto, no Carnaval você vai levar no mínimo uma hora. 
No intuito de evitar um engarrafamento de pessoas, os policiais fazem mão única de pedestre nas ruas, portanto tem rua que você só vai e outras que você só vem.
O frio e' de cair a unha pois fevereiro e' o auge do inverno europeu. Um vento gelado que acaba com qualquer chapinha.
E toca andar pra lá e pra cá. É praticamente um tsunami de gente dividido em duas categorias: os que andam fantasiados e os que andam fotografando.
Uma musiquinha mais animada tipo um sambinha, um axé ou até mesmo uma tarantela, nem pensar!
Comer alguma coisa e' outra confusão. Tudo custa o triplo do preço e mesmo assim qualquer buraco está sempre lotado.
Ir a um Baile de Carnaval e' voltar para o século XVIII. Prepare-se para ouvir cravos tocando e um grupo de pessoas vestidas como na época e dançando como na época. Com certeza você já viu um filme assim.
E prepare o bolso porque o baile com direito a jantar e olhar custa em média uns 250 euros por pessoa, ou seja, mais ou menos 750 reais.
Se você acha que vai ver o sol raiar e tomar um bom café na padaria, esqueça. No máximo lá pela uma da madrugada já está todo mundo dormindo afinal ninguém e' louco de ficar andando por aquelas ruelas lindas mas no escuro e com a temperatura em torno de 2 graus.
E você, que esnobou todo mundo dizendo que ia passar o carnaval em Veneza, a esta altura vai estar pensando na turma toda se acabando lá na Sapucaí. E no camarote VIP, que este ano rolou finalmente uma pulseirinha, mas você ia pra Veneza....

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

3ª feira - LOOK DESASTRE TOTAL



Os 10 menos

Quem nunca leu uma listinha dos 10 mais. Os 10 mais ricos, mais famosos, mais bonitos, etc....Pois eu fiz uma lista dos 10 menos. Hoje começo com cinco, semana que vem completo o que falta.

Os 10 piores looks! 


1. Fuseau com blusa curta.

Mesmo que o seu bumbum seja um exemplo de perfeição, não existe nada mais vulgar que calça fuseau (que já não é lá muito elegante) com tops, camisetas e outros modelitos curtinhos. Barriga de fora então é atentado ao pudor! Cubra seu traseiro com uma peça mais comprida, coloque um cinto pra não parecer um balão e então você pode sair de casa. Evite também sapato com tirinha no tornozelo.


2. Bijouterias ou jóias na praia.

Look brega total. Só fica bem um brinquinho básico. Nada de anel, pulseira, colar e correntinha de tornozelo. Fica tudo grudando na pele por causa do filtro solar. Na praia quanto mais clean, melhor.


3. Excesso de plataforma

Essas plataformas exageradas acabam com a  leveza no seu andar. Isso sem falar que são horríveis. Não combinam com nada. Nem com calça, nem com saia nem com vestido. Você pensa que fica mais alta mas na verdade sua perna fica mais curta.


4. Barriga de fora.

A culpa desse show de barrigas de fora pelas ruas com certeza é culpa das calças jeans excessivamente baixas. Como tudo o que é demais atrapalha, aquele visual barrigão a mostra é muito deselegante. Já o look mostra não mostra, tipo aparece uma barriguinha de leve somente quando você se movimenta já tem lá o seu charme. Portanto meninas, mesmo que a sua cinturinha seja de pilão, guarde a sua barriguinha e mostre só nos momentos mais íntimos. E se ao contário, na sua cintura estão os 3 anéis de saturno, opte por um vestido e aposente essas terríveis blusas de viscolycra!


5. Saia com bota de cano curto.

Eu sei, está nas revistas de moda mas eu garanto que nem a Gisele fica elegante. Detona a silhueta da sua perna e se ela for meio grossinha então ficam parecendo duas toras. Independente do comprimento da saia vão te deixar com ar de Mary Poppins. Prefira um sapato mais leve.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

2ª Feira - Dia de "FALTA ELEGÂNCIA NESSE MUNDO"



BANCO DO BRASIL

Na semana passada, infelizmente fui obrigada a ir ao Banco do Brasil pagar uma taxa. Era o quinto dia útil do mês. A agência fica na Av. Angélica.
Confesso que odeio ir ao banco e evito ao máximo fazendo o que posso pela Internet, mas nesse caso era impossível. Para facilitar a vida das pessoas existem pagamentos hoje em dia que devem ser feitos exclusivamente no BB e em dinheiro. Lógico que são pagamentos para o governo, caso contrário seria tudo mais simples.

Pois bem, chego lá, sem atinar que era dia de pagamento para a maioria da população brasileira e encontro um banco que parecia mais uma cena do filme "Cocoon". A fila de aposentados nos caixas eletrônicos deixou os pelinhos do meu braço em pé, portanto dava para imaginar dentro do banco, o que estaria por vir.

Fui barrada no detector de metais da porta, óbvio. QUEM NÃO E' ?????
As vezes acho que escondidos naquelas portas tem uns duendes sarcásticos que ficam tirando uma da cara da gente.
Optei por colcocar minha bolsa no porta bagagens do lado de fora do que tirar tudo o que tinha dentro dela. Bolsa de mulher.....nem a gente sabe o que tem dentro.
Peguei minha senha, que não entendi porque fica do lado de fora do banco e entrei. Aliás, entendo sim. Para sacanear os idosos que passam batido e não enchergam a maquininha.

Os caixas eram no andar de baixo. Desci dois lances de escada e encontrei uma multidão de pessoas sentada esperando a vez para ser atendida. Olhei no painel. O número era 260. Olhei minha senha: 297. Olhei para o caixa e encontrei 2 ghichês, dos quais um estava fechado.

Agora eu pergunto, como um ser normal, que trabalha e leva a vida na correria pode manter a compostura numa hora dessas?
Estava tudo errado!
Começando pela escada - falta acesso para deficientes físicos.
Saída de emergência - não tinha
Cadeira para todos - faltava.
Caixas na agência: dois. Mas só um estava aberto.

A única coisa que funcionava ali era o ar condicionado.

Foi quando comecei a presenciar a intolerância das pessoas. 
Idosos brigavam porque não pegaram a tal senha na entrada e não tinham condições físicas de subir aquela escada toda de novo.
Os que pegaram discutiam com os que não pegaram porque não poderiam passar na frente de ninguém.
Os "não idosos" reclamavam que um caixa só era um absurdo porque os idosos eram chamados primeiro e a fila deles não andava.
Faço um parênteses aqui. Essa lei do idoso as vezes me irrita. Posso estar sendo politicamente incorreta mas vejo muita falta de bom senso nisso.
Tem gente que se for chamado de idoso se ofende porque ainda está bem ativo, saudável e dando no couro. Mas na hora de entrar na vaga ou fila do idoso, assume a idade.
E foi o que aconteceu. A tia de fuseau, camiseta e chinelo tinha no máximo 55 anos. Sarada, pernas musculosas, bundão, bração gordo, cheia de assunto com o funcionário do guichê. Com certeza ela ainda faz a faxina completa da própria casa. E entra na fila do idoso.

Bom, em resumo. Rolou o barraco. Todo mundo bufando, relamando, brigando e o caixa ali. Incólume. Não era problema dele.

Agora eu pergunto: Adianta? Pra que se estressar se nada vai mudar? O BB sempre foi uma confusão, qualquer agência de banco público não funciona direito. Suportar uma hora e meia de fila acaba com a paciência de qualquer cristão, então o melhor a fazer e' suportá-la em paz. Porque ao lado do capeta e' muito pior. E ele estava sentado ao meu lado.

Finalmente chamaram o número 296. Ninguém se levantou. Ou o 296 morreu ou vai pagar a conta com multa mesmo.
O painel mudou para 297. Eu me levantei e junto comigo o capeta ao lado, a barraqueira do recinto. Mostrei minha senha para ela. Sem dizer uma palavra. E lógico que ela gritou mais uma vez. Comigo.
- Você demorou pra levantar!

Meu amigo leitor. Perdi também a minha compustura. Não dava mais....que elegância o que! Com gente grossa a gente as vezes tem e' que ser grossa mesmo.
E eu, em cima do meu salto e bem vestida como gosto sempre de estar disse para a chinelona:
- A senhora sabe ler? Então veja aqui no meu papelzinho o número. 297. Ele chamou o 296. Por isso não levantei. Agora sim e' a minha vez. E por favor, fique calma, pare de gritar e criar confusão porque a sua senha  e' 711. Estou vendo no seu tickete.
E se a senhora me permite um conselho, joga no bicho. Número onze e' o número do burro. 
E fui para o caixa pagar minha taxa.
Ao fundo uma risadinha geral. Bem discreta.