domingo, 3 de junho de 2012

DIVAGAÇÕES SOBRE PUBLICIDADE NA INTERNET

Como de costume, todas as manhãs leio o jornal. E hoje, finalmente me deparei com um texto do jornalista americano Ross Douthat que finalmente me fez acreditar que alguém também pensa como eu quando o assunto é publicidade e business na Internet.

Desde o boom da Internet que ocorreu lá pelos meados do ano 2000, eu tenho a arrogância de pensar que fui a única pessoa a achar que publicidade na internet era uma grande besteira inútil.
Me lembro que saí da TV Cultura onde trabalhava há 7 anos seduzida pelo salário e pelo desafio de trabalhar em um portal gratuito da Internet.
Não preciso dizer que durei 4 meses nesse novo emprego que acabou se mostrando uma grande roubada, com um bando de moleques brincando de trabalhar achando que seriam os futuros Bill Gates tupiniquins. Isso sem falar na falência do grupo que me levou a ter que enfrentar um processo trabalhista para ver meu dinheiro na minha conta.

Bom, mas isso são detalhes que não vem ao caso. O que eu sempre achei estranho foi a empolgação do mercado publicitário em vender espaços na nova mídia revolucionária, era assim que eles viam, os então famigerados BANNERS e POP UPS que pupulavam nas telas de todos os computadores.

Eu achava aquilo tudo uma grande besteira e de uma ineficiência total. Fui ao festival de Cannes e constatei até premiação de criativos especializados em banners.

Gente, você conhecem alguém que clica em pop up? E alguém que já entrou em um banner?

A primeira coisa que 99,9% dos internautas fazem quando aquele maldito quadradinho pula na sua frente impedindo de ver o que vc quer é procurar o X no cantinho do quadro pra fechar. Isso depois de uma chingadinha básica e de rever pela enésima vez se o setup "bloquear pop ups" está ativo no seu navegador.

Eu sempre me perguntei qual era o tamanho do poder de sedução e os dados que os publicitários apresentavam aos seus clientes para convencê-los de gastar seu dinheiro anunciando nesses meios.

Hoje, lendo a coluna do gringo acima citado, vejo que eu tinha razão. O Facebook tá cambaleando depois que resolveu entrar na tal "oferta pública".

Será que seu Mark nunca sacou que quem está no seu site está ali para se divertir e não para fazer business?
Que um jogo como a Fazendinha fatura muito mais internautas que um anúncio de um produto no canto direito da página?
Que quem tem uma página no Facebook acha que tem todos os direitos sobre ela, como se fosse a sua casa e não admite invasões de comerciais, propagandas, notícias e feeds de pessoas e empresas que não fazem parte da sua lista de amigos?
Receber os feeds do Marcelo Tas na minha página é como fazer um jantar íntimo na minha casa e de repente chegar o meu vizinho, cujo nome eu sei mas mal conheço, só porque sentiu o cheiro bom da comida.

Até hoje, quem fez business na internet e se deu bem foi a Amazon e a Apple, como vocês podem ler no artigo do Ross Douthat, simplesmente porque eles levaram para o mundo virtual as coisas materiais.
Ou seja, quem cria um site pra vender produto na internet e entregar na sua casa, dentro do prazo e com direito a devolução, ainda tem chance de se dar um pouco melhor. Se não cobrar o frete.

Deixando um pouco o Facebook de lado, vamos ver o Youtube. Você não se irritou quando eles decidiram colocar um filminho publicitário antes do início do vídeo que você queria ver?
Agora, para corrigir o erro depois de tanto contratos assinados e para agradar gregos e troianos, você pode optar em assistir ou não ao comercial antes do vídeo. E eu pergunto. O que você escolhe?
O que a maioria das pessoas escolhe? Clica no X, fecha o comercial e vai direto ao que interessa.

2x0 pro X!

Internet, a parte quando você entra no Google pra pesquisar uma assunto do seu interesse, é diversão!!!!!

Rede Social mais ainda. Ninguém está ali para fazer negócio, para ver propaganda, para descobrir se o tenis Nike está mais barato que o Reebok.
Quem tem uma página em uma rede social quer socializar, quer se distrair. O nome já diz. Senão se chamaria Rede Empresarial, Rede Publicitária, sei lá. Ninguém entra no Facebook para ver as últimas promoções da Ultrafarma ou os novos modelos de sapato da Dafiti. Entram ali pra ver o que os amigos escrevem, descolar um freela, ver as fotos do filho do primo que nasceu, escrever uma besteira, falar mal de um serviço, fofocar....
Tem os chatos que acham que todos os Santos e inclusive Deus tem página no Facebook e agradecem e oram virtualmente. Mas mesmo assim garanto que se abrirem uma página pra vender bíblia, novenas virtuais ou milagres também vão ficar com o estoque encalhado.

Portanto Mark, aqui vai o conselho de uma reles mortal, que você nem sabe que existe, mas que é um ser crítico e de uma praticidade incrível. Esquece esse negócio de ganhar mais dinheiro com o Facebook através de anúncio patrocinado. Você já está rico demais. Cai fora, sai da mesa com fome, como diz um amigo meu, assim você não corre o risco de engordar demais.