sexta-feira, 13 de julho de 2012

TEMPO NA TV

Continuo fazendo minha lição. Trabalho com TV portanto tenho que assisti-la.
E no momento, na minha modesta opinião, o que está faltando na maioria dos programas é somente uma questão: o tempo certo.

O mundo mudou. As pessoas estão com pressa, mesmo sem saber porque. Ninguém mais tem paciência, ninguém mais tem aquele tempinho pra jogar fora fazendo nada. Ansiedade é a palavra do momento. Querer saber de tudo o que está acontecendo é culpa da Internet e da sua velocidade. E hoje estamos todos, ou pelo menos a maioria, nesse ritmo. A 200 mega por hora.

Como consequência, e perdendo tempo com essa discussão inútil de multiplataforma, de migração de TV para Internet, etc etc, as pessoas que se dizem multimidia, que acham que navegam por tudo com sucesso, que dominam a tecnologia indo dos cento e poucos toques do Twitter a uma hora e meia apresentando um de programa de TV se esqueceram do principal. Do time.

Como dizia a minha avó, tudo tem seu tempo.

Assistindo os novos programas da TV aberta, lendo as notícias sobre o sucesso ou fracasso na audiência me dei conta de que basicamente o problema é um só: o tempo.

Vamos aos exemplos.

- Encontro com Fátima Bernardes. O programa do momento mas que duram muitos momentos. Ficar mais de meia hora falando sobre o mesmo tema só o Globo Repórter consegue. Em um estúdio fechado, escuro, sem graça e com a aquela cara da Fátima que parece que está sempre com medo de se comprometer, não rola. Ninguém fica 50 minutos ouvindo duas ou três pessoas falando sobre adoção, sobre desaparecimento de parente e outras notícias jornalísticas logo no início do dia. Esse programa tinha que se chamar "Arrasta corrente com ...."
Diminui esse tempo, muda de assunto, se solta, faz alguma coisa!!!!!

- "Na moral". A noite, quando a gente quer relaxar para encontrar o sono e dormir vem o Pedro Bial mais agitado que porco na hora do abate fazendo umas entrevistas de 3 segundos. Vai do nada pra lugar nenhum. Uma correria. Mal dá tempo do convidado esquentar aquele banquinho. Você que está assistindo fica com aquela cara de opa. Ué, já foi? Como assim?

- SNL. Rede TV. Esse é um exemplo clássico, a meu ver, de pessoas que migram de outra plataforma para TV e não fazem a lição de casa: assistir antes. O cara faz um stand up de uma hora e meia no teatro e todo mundo presta atenção nele. Sim, porque mesmo que você não ache a menor graça dali você não tem por onde escapar. Mas na TV você tem. E piada tem que ser rápida. E engraçada. Portanto, fazer uma esquete de cinco minutos não rola. Perde o time, perde a piada, perde a graça, perde a paciência e acaba no patético.

- CQC. Começou bem mas agora virou o programa do Marcelo Tas. Ele tem o ritmo dele, fala como um professor dando aula de língua estrangeira. Como não vai mudar nunca, o programa teve que entrar no time dele.
Nesse caso acho que não é só o time, é a repetição o problema. Sempre a mesma coisa. Repórter na porta da festa, no campo de futebol e no congresso. Na bancada, um faz a piada e o outro pede desculpa e manda beijinho. As edições perderam o ritmo.
E tome "vinheta merchan".

E quem acerta no time? Na minha opinião?

1. Pirei. No GNT. Com a maravilhosa Beth Lago.
2. Agora é Tarde. Band. Com o Danilo Gentili.
3. Tapas e beijos. Globo. Uma cena não dura mais que 20 segundos, ou pelo menos é essa a sensação. De ritmo.


Chega, senão quem perde o time sou eu, escrevendo demais.