segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

2ª Feira - Dia de "FALTA ELEGÂNCIA NESSE MUNDO"



BANCO DO BRASIL

Na semana passada, infelizmente fui obrigada a ir ao Banco do Brasil pagar uma taxa. Era o quinto dia útil do mês. A agência fica na Av. Angélica.
Confesso que odeio ir ao banco e evito ao máximo fazendo o que posso pela Internet, mas nesse caso era impossível. Para facilitar a vida das pessoas existem pagamentos hoje em dia que devem ser feitos exclusivamente no BB e em dinheiro. Lógico que são pagamentos para o governo, caso contrário seria tudo mais simples.

Pois bem, chego lá, sem atinar que era dia de pagamento para a maioria da população brasileira e encontro um banco que parecia mais uma cena do filme "Cocoon". A fila de aposentados nos caixas eletrônicos deixou os pelinhos do meu braço em pé, portanto dava para imaginar dentro do banco, o que estaria por vir.

Fui barrada no detector de metais da porta, óbvio. QUEM NÃO E' ?????
As vezes acho que escondidos naquelas portas tem uns duendes sarcásticos que ficam tirando uma da cara da gente.
Optei por colcocar minha bolsa no porta bagagens do lado de fora do que tirar tudo o que tinha dentro dela. Bolsa de mulher.....nem a gente sabe o que tem dentro.
Peguei minha senha, que não entendi porque fica do lado de fora do banco e entrei. Aliás, entendo sim. Para sacanear os idosos que passam batido e não enchergam a maquininha.

Os caixas eram no andar de baixo. Desci dois lances de escada e encontrei uma multidão de pessoas sentada esperando a vez para ser atendida. Olhei no painel. O número era 260. Olhei minha senha: 297. Olhei para o caixa e encontrei 2 ghichês, dos quais um estava fechado.

Agora eu pergunto, como um ser normal, que trabalha e leva a vida na correria pode manter a compostura numa hora dessas?
Estava tudo errado!
Começando pela escada - falta acesso para deficientes físicos.
Saída de emergência - não tinha
Cadeira para todos - faltava.
Caixas na agência: dois. Mas só um estava aberto.

A única coisa que funcionava ali era o ar condicionado.

Foi quando comecei a presenciar a intolerância das pessoas. 
Idosos brigavam porque não pegaram a tal senha na entrada e não tinham condições físicas de subir aquela escada toda de novo.
Os que pegaram discutiam com os que não pegaram porque não poderiam passar na frente de ninguém.
Os "não idosos" reclamavam que um caixa só era um absurdo porque os idosos eram chamados primeiro e a fila deles não andava.
Faço um parênteses aqui. Essa lei do idoso as vezes me irrita. Posso estar sendo politicamente incorreta mas vejo muita falta de bom senso nisso.
Tem gente que se for chamado de idoso se ofende porque ainda está bem ativo, saudável e dando no couro. Mas na hora de entrar na vaga ou fila do idoso, assume a idade.
E foi o que aconteceu. A tia de fuseau, camiseta e chinelo tinha no máximo 55 anos. Sarada, pernas musculosas, bundão, bração gordo, cheia de assunto com o funcionário do guichê. Com certeza ela ainda faz a faxina completa da própria casa. E entra na fila do idoso.

Bom, em resumo. Rolou o barraco. Todo mundo bufando, relamando, brigando e o caixa ali. Incólume. Não era problema dele.

Agora eu pergunto: Adianta? Pra que se estressar se nada vai mudar? O BB sempre foi uma confusão, qualquer agência de banco público não funciona direito. Suportar uma hora e meia de fila acaba com a paciência de qualquer cristão, então o melhor a fazer e' suportá-la em paz. Porque ao lado do capeta e' muito pior. E ele estava sentado ao meu lado.

Finalmente chamaram o número 296. Ninguém se levantou. Ou o 296 morreu ou vai pagar a conta com multa mesmo.
O painel mudou para 297. Eu me levantei e junto comigo o capeta ao lado, a barraqueira do recinto. Mostrei minha senha para ela. Sem dizer uma palavra. E lógico que ela gritou mais uma vez. Comigo.
- Você demorou pra levantar!

Meu amigo leitor. Perdi também a minha compustura. Não dava mais....que elegância o que! Com gente grossa a gente as vezes tem e' que ser grossa mesmo.
E eu, em cima do meu salto e bem vestida como gosto sempre de estar disse para a chinelona:
- A senhora sabe ler? Então veja aqui no meu papelzinho o número. 297. Ele chamou o 296. Por isso não levantei. Agora sim e' a minha vez. E por favor, fique calma, pare de gritar e criar confusão porque a sua senha  e' 711. Estou vendo no seu tickete.
E se a senhora me permite um conselho, joga no bicho. Número onze e' o número do burro. 
E fui para o caixa pagar minha taxa.
Ao fundo uma risadinha geral. Bem discreta.

3 comentários:

  1. hehe

    adorei o "Joga no bicho. Número onze é o número do burro.".

    ResponderEliminar
  2. Queeem merece fila de banco? E realmente, essa lei do idoso ter preferencia as vezes enche o saco! Mas tem um bando (santander) que tem dois caixas, um para idosos e um para o restante. Assim fica fluindo a fila de todo mundo ;]

    ResponderEliminar