quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

5ª feira - Dia de "HOMENS E MULHERES"




A OUTRA



Enrolada com um homem casado. Acontece nas melhores famílias, desde que o mundo é mundo.


Se conheceram por acaso e a atração foi mais por parte dele que dela. Mas como toda mulher, mesmo sabendo que é fria, entrou no jogo cheia de charme só para ver no que ia dar. E acabou dando.

Lógico que atualmente, depois de alguns bons meses de caso, hoje ela está de quatro e ele na dele. Como todos os homens que correm por fora, se empenham muito na conquista e depois abaixam o fogo.


Até que um dia, depois de muitos programas e encontros desmarcados na última hora por motivos de força maior, ela convidou o amante para almoçar na sua casa numa quarta-feira. Programinha de quem tem caso com homem casado, ou você conhece alguem que faz um convite num horeario como este?

No mesmo dia de manhã ele ligou transferindo o almoço para jantar coisa que a deixou mais feliz ainda afinal algum esforço ele estava fazendo para encontrá-la a noite e não durante o dia. Sinal de progresso.


Enfiou tudo na geladeira, se mandou pro cabelereiro, fez pé, mão, depilação, luzes, escova e tudo mais. Gastou mais que deveria mas não existe mulher que não gaste em cabelereiro e parece que eles percebem quando você vai lá se ajeitar para encontrar alguém porque te oferecem um monte de outros serviços. E você, na sua insegurança feminina, topa tudo. 

As seis e meia já estava em casa, dando uma ajeitadinha, limpando aqui, arrumando ali. Trocou os lençóis, espirrou um perfuminho de ambiente, colocou umas flores na sala e umas velinhas pra acender na hora., etc…

O parágrafo do armário eu vou pular. Basta dizer que ela passou pelas quatro estações do ano na frente do espelho.


Quando o relógio indicou oito e meia da noite ela começou a ficar um pouco ansiosa. Ligou para amiga que tratou de acalmá-la. Não era a primeira vez que ele viria a sua casa mas era a terceira tentativa dela de dar um cheque mate nele. Não aguentava mais aquela situação, as reclamações de uma esposa passiva, sonsa e sem graça. Viraram irmãos, esta era a definição do casamento. Aliás do casamento de todos os homens que traem.

Nove e meia e nada. A esta altura, morrendo de fome e de raiva, resolveu dar um basta. O celular não atende? Então vamos ligar na casa dele. Na primeira vez desligou no meio e preferiu esperar mais meia hora. Tentou o celular de novo. Fora de área. 

Quando seu cuco gritou dez da noite, mandou tudo as favas, ligou e esperou que ele atendesse. Qual seria a sua reação ao escutá-la do outro lado da linha fez seus pelinhos dos braço ficarem de pé. E não só os do braços, mas todos os que não foram depilados direito naquela tarde. Atendeu a esposa.

A voz de mansa não tinha absolutamente nada. Na verdade estava mais irritada que ela.

E a conversa se desenvolveu mais ou menos assim:

Alô?

Alô.

De onde fala?

Com quem quer falar?

Com Marcos

Ele não está.

Sabe onde posso encontrá-lo?

Olha, querida, se ele não está aqui comigo nem aí com você deve existir uma terceira. E muito mais esperta que nós duas juntas.

E desligou.


Óbvio que sobrou para amiga que teve que aguentar uma hora e meia de revolta no telefone.

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